terça-feira, 18 de dezembro de 2012

SINOPSE Motivações patológicas do crime: o exemplo do serial killer

Serial killer título inglês, também conhecido como assassino em série, é um tipo de criminoso de perfil psicopatológico que de acordo com o Instituto Nacional da Justiça de 1988, define-se como: “Uma série de dois ou mais assassinatos cometidos como eventos separados, normalmente, mas nem sempre, por um infrator atuando isolado.” Pode ocorrer em um espaço de tempo, que varia desde horas, meses ou até mesmo em anos. Em sua máxima são consideradas “pessoas normais” que trabalham, estudam, são esposas e/ou maridos, têm filhos, possuem família, um lar. Ao serem questionados e/ou interrogados, mostram-se completamente calmos e tranqüilos, como se não soubessem de nada que estaria acontecendo. Infelizmente só param de matar sendo presos ou mortos.

Segundo o médico psiquiatra forense Guido Arturo Palomba, esses criminosos possuem uma característica fronteiriça, ou seja, que varia entre a normalidade e a anormalidade comportamental.  Inexiste nesses assassinos o senso moral e ético, possui afetividade subdesenvolvida, vontade fraca ou fixa em um ponto mórbido qualquer, frieza patológica associada à crueldade, egoísmo e perversão, além de falta de sentimentalismo.

Característica Básica: a falta de remorso ou de arrependimento em suas ações
- No que tange aos fatores Biológico-sociais, existe um viés que se compreende desde os fenômenos hereditários até os fenômenos sociais. No que concerne à via congênita ou familiar, à hipótese diagnóstica que se refere à causa do mal e a evolução da moléstia, são ratificados nas questões delineadas como abortos, suicídios, neuropatias, internação em hospital psiquiátrico que se reflete negativamente em todo o âmbito da relação familiar e do próprio eu. Os distúrbios quando evidenciados em uma mente patologicamente doente, tem-se efeitos que são iniciados desde a adolescência, verificados pela postura do indivíduo em que começa a maltratar animais, urinar na cama até a idade adulta, atear fogo em objetos, que se verifica nessa tríplice a chamada “Tríade Macdonald”; tem o uso de entorpecentes e corrobora-se em muitos casos a fragilidade da vida sexual. O modo em que se organiza o composto orgânico DNA (Ácido Desoxirribonucléico) afeta diretamente na inteligência e moral de cada indivíduo. Em referência ao meio social, as influências externas são elementos imprescindíveis para a formação da personalidade do indivíduo. Caracterizadas como local de morada, meio familiar e convívio civil;

- A assinatura do Assassino em série, é deflagrada no estudo de ciência forense como a “marca” que é deixada em todas as vítimas. Ressalta-se na identificação do criminoso como autor de vários crimes

- Aludindo-se ao Modo de Operação, em latim, Modus Operandi, é abrangido pelo local do crime, a arma utilizada para a execução da vítima e o modo com que se utiliza para capturá-la. Necessário relevar nesse tópico, a questão apreendida como forma de captura.  Os institutos utilizados são verificados como a Traição Moral, Traição Material, Emboscada e Dissimulação. A traição primeiramente é compreendida como a deslealdade, perfídia com que é cometido o fato criminoso. Sendo descrita como Moral, é concebida no tocante de que o agente atrai a vítima para determinado local onde se consumará o crime. Fica claro dessa forma, a intenção do serial killer brasileiro, Francisco Assis Pereira, O Maníaco do Parque, da cidade de São Paulo. A Traição Material é quando o agente atinge a vítima pelas costas. Emboscada, porém, é a denominada tocaia, fato de o agente esperar dissimuladamente a vítima no local de sua passagem para o cometimento do crime. Por conseguinte, Dissimulação é esconder a vontade ilícita para apanhar o ofendido desprevenido.

- No que diz respeito ao Perfil do Criminoso, atente-se Características Físicas, a frenologia, estudo desenvolvido pelo médico alemão Franz Joseph Gall, admite a possibilidade de reconhecer pela configuração do crânio certas funções intelectuais e morais, permitindo diagnosticar um indivíduo pela inspeção e polpação do estojo cerebral. Existe a possibilidade de avaliar o caráter do indivíduo pelo aspecto da face. As anomalias físicas, deficiência sexual, falta de organização psíquica e moral, tornam-se mais sensíveis a vinculação ao crime, com a propensão de rejeição de si mesmo, da sociedade e família. Paulatinamente, o cérebro desenvolve suas atividades concentrando-se sob essa defeituosa base física.

- A vítima é a figura máxima de um comportamento transtornado e agressivo que faz com que o serial coloque certo padrão físico sob seu domínio. O aspecto de vítima escolhida representa as implicações sofridas pelo criminoso em suas relações sociais, psicológicas e legais durante um espaço de tempo. É o resultado psíquico emocional desorganizado ratificado pela falta, perda, agressão, abuso, sofrimento. A violência utilizada no crime é o fator confirmação do comando da situação pelo serial.

- Vale ressaltar ao Transtorno de Personalidade e de Comportamento, é fundamental a abordagem no que se refere à condutopatia. É classificada como distúrbios na conduta, comportamento e personalidade dos psicóticos. Ramifica-se em três estruturas psíquicas a afetividade, conação-volição, capacidade de crítica. Observa-se que esse transtorno deriva de antecedentes pessoais e hereditários.

- A Mentira Patológica, que é de natureza doentia que se difere da mentira comum. Enquanto que na mentira comum há um objetivo com o propósito de enganar pra lograr vantagem, na mentira patológica não há. O mendácio patológico vai mentindo e dando asas a sua rica fantasia, sem se preocupar em avaliar o que é diz, se tornando muitas vezes ridículo e contraditório.

- Tecendo a condição emoção logo após o crime, é confirmado um sentimento de vontade comungada com a falta de piedade e frieza. A ausência de remorso acontece pelo motivo de que, ao sofrer de distúrbio de afetividade (insensibilidade, egoísmo, indiferença afetiva) são desprovidos de angústia e ansiedade, portanto nunca sofrerão com sua conduta.

Em linha Brasileira, temos em torno da psicopatia, algumas figuras esboçadas nas imagens de José Augusto de Amaral (Preto Amaral), Pedro Rodrigues Filho (Pedrinho Matador), João Acácio da Silva (Bandido da Luz Vermelha), Francisco Costa Rocha (Chico Picadinho). Concomitantemente, aludindo-se aos seriais americanos, desde o século XIX, ano de 1888, tem-se a figura de Jack Estripador, elemento catalisador para os seriais modernos.  Nesse âmbito, exploramos com mais excentricidade os assassinos seriais como Edward Theodore Gein (Ed Gein), Ivan Marko Milat, Theodore Bundy (Ted Bundy), Jeffrey Dahmer.

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